quarta-feira, 16 de julho de 2008

Movidos à...luz

Hotéis que ficam próximos aos rios amazônicos começarão a testar, a partir do segundo semestre, os primeiros 22 barcos movidos a energia solar produzidos no Brasil. O catamarã será movido por placas solares instaladas no teto que desenvolvem força eletromotriz por meio da ação da luz. As placas dão energia ao motor, aos instrumentos de navegação por satélite e à bateria usada para navegação noturna ou sob tempo nublado e chuvoso.

A bateria terá autonomia para 24 horas. ''Para prevenção de qualquer pane no sistema de alimentação de luz solar, há um depósito com álcool para o motor sobressalente'', diz o empresário Fernando Antônio Afonso Garcia, responsável pelo projeto. O barco, adaptado especialmente para a região amazônica, tem 6 metros de comprimento, 2,8 metros de largura e alcança até 25 quilômetros por hora. Um protótipo foi lançado em março. Fabricado com cascos de alumínio, ele pesa 250 quilos e foi projetado para transportar quatro passageiros. Sob o convés, uma tela de aço inoxidável com buracos redondos deixam o passageiro em contato mais próximo com o rio. Os modelos que serão produzidos até o final do ano transportarão oito passageiros, suportando peso de até 500 quilos. Os 22 barcos encomendados até agora são todos para hotéis de selva de Manaus e arredores.
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Em novembro, a versão mais moderna e comercializável do protótipo vai fazer uma viagem de mil quilômetros pelo Rio Amazonas, de Santa Isabel do Rio Negro (a cerca de 840 quilômetros de Manaus) até a Ilha de Parintins. ''O recorde de um barco solar australiano é uma viagem de 120 quilômetros'', afirma Garcia. Será uma semana de viagem, com paradas à noite para dormir em comunidades às margens do rio. O preço do barco ainda não foi divulgado. ''Não será mais barato do que um similar a diesel, mas a economia é gritante. Sol é de graça, enquanto um litro de diesel hoje custa em média R$ 2,15. Para navegar oito horas, o que dura a bateria de um barco, o dono já economizaria cerca de R$ 500''. Quando lançou o protótipo, várias empresas fizeram a proposta para produzir o barco, segundo o empresário. Ganhou uma companhia amazonense. Os motores, porém, estão sendo fabricados por uma empresa paranaense. Já as placas solares, a alma do projeto, serão produzidas pela empresa do próprio Garcia, que fabrica estações para tratamento de esgoto.

A notícia foi publicada no Estadão por Liège Albuquerque.

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