domingo, 28 de outubro de 2007

A Viagem - Parte II!

Sexta-feira – 21/09
15:00

Então vamos lá! Voltamos pro Cabanga o mais rápido possível pra atender logo esta exigência da regata, que parece um pouco chata, mas só quando se tem um problema em alto mar é que se dá valor a tudo o que a Capitania dos Portos exige que tenhamos a bordo.

Assim que pisei no Cabanga, já encontrei os oficiais à inha procura. Pegamos o bote e fomos direto pro brco. Por mais seguro que eu me sentia em relação à lista de exigências, sempre tem um detalhe que aparece e é preciso sanar.

No caso do “Adrenalina Pura” por exemplo, o que parecia impossível aconteceu; é que este ano a Marinha passou a exigir um colete Classe 01, que vem equipado com uma lâmpada que acende assim que toma contato com a água. E é um ótimo equipamento. No Adrenalina os coletes são importados, e não só têm a tal lampadinha, como inflam ao contato com a água e têm tecnologia de ponta. A Marinha não aceitava!!!

Pois é; eu também acho. Mas...

Começamos com a relação: eles me pediam, sentados na gaiuta de entrada, porém do lado de fora, sentados no convés, e eu dentro do barco seguia providenciando. Primeiro problema: alguns de meus fogos sinalizadores venceriam em novembro, um mês depois da regata.

- Não vai dar comandante, o Sr. vai ter que providenciar outros, me disse o oficial.

Troço caro é fumígero, viu! Ok, pendência sanada! Próxima: buzina. Cadê?

Mas tenho apitos, vários!!!

- Não serve, é preciso ter buzina, daquelas manuais.

Pensei: Não tem problema providencio tudo ali mesmo na lojinha que o Vicente Gallo, do Ave Rara, instalou dentro do clube. Só isso?

- Tá, tá liberado comandante, Providencia essas pendências, nos apresenta até as 17 hs de hoje e boa viagem.

Eu tenho que confessar que eu tava doido pra ouvir isso, não por nada, mas porque seria uma obrigação a menos pela frente.

Vamos lá! Agora o pessoal da TV já chegou e estão ali me esperando. Mal pisei em terra pra deixar os oficiais e passei a lista de pendências pra Flavia providenciar, e já estava voltando pro barco com o pessoal da TV Clube. Eram cinegrafista, dois apresentadores de dois programas diferentes, o Artur tigre do “PLUGADO”, e minha já amiga Gardênia Cavalcanti. Além deles a Aline Ramos assessora de imprensa responsável por todo este espaço na imprensa, e quatro telespectadores que ganharam o direito de velejar conosco nesta tarde. Além deles não esqueça: ainda tem eu, o Marquinhos e o Pedro!

Vai caber? Tem que caber! O problema é que eu tinha acabado de fazer a vistoria da Capitania e assumido a capacidade do barco: seis passageiros! Agora eu tinha treze pessoas a bordo!Tudo em nome da divulgação da Vela, afinal é só até ali no Marco Zero do Recife!

Deu tudo certo, e o pessoal simplesmente adorou a experiência. Eu não me canso de me surpreender com a reação das pessoas que velejam conosco pela primeira vez. É realmente um barato!

Bem, agora é descansar, dormir cedo e amanhã – Noronha!

Quem disse?

Assim que eu cheguei em terra encontrei com o JP que foi logo dizendo:

- Você tem uma calça comprida?

- Tenho ali no barco.

- Então corre lá, se troca e vamos comigo numa recepção no Cisne Branco.

- Evento delicioso, muita gente bacana, comida boa, o Cisne, e resultado: Cheguei 01 hora da manhã no hotel!!!!

ZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz........................

Parabéns pra quem teve a brilhante idéia de mudar o horário da regata pra de tarde; assim eu pude dormir até mais tarde. Não esqueça que eu ainda não fiz mercado! Café da manhã reforçado, com o notebook ligado na mesa de olho na meteorologia. Vamos ter vento! Saímos do hotel umas 09:30h levamos toda a bagagem pro barco, e fomos pro mercado. Ainda parei pra comprar uma bateria nova pro barco, pois a velha não tava inspirando muita confiança.

Mercado, clube, arrumação do barco, almoço no japonês dentro do Cabanga, a tal “palhoça”, e vamos nessa relaxar e comer pra enfrentar a regata. Uma em ponto saímos do Clube, porque ainda tinha que pegar nossos dois convidados lá no PIC, que é o outro clube que fica perto do Marco Zero, o Vladimir e o Paulo. Eles estavam no camarote da Petrobrás, se despedindo dos amigos e parentes. Uma e quinze já estávamos lá e eles vieram a bordo.

Às 14 horas partimos, na primeira largada. Genoa 2, e a forra da mestra preparada pra o que aparecesse mais tarde, afinal a previsão é vento, muito vento. Largamos bem e nos mantivemos bem na primeira noite com uma singradura inacreditável de 149 milhas. Eu não esperava! Média de seis nós é bem legal para um barco de aço com apenas 30 pés. Que ótimo!

A primeira baixa foi o Paulo. O Vladimir agüentava firme, e o Mario também, embora um pouco mareados. Já o Wendel não tinha jeito, foi só entrar em mar aberto e enjoou. Sobrou pra mim e pro Marquinhos. Longos turnos de três horas cada um, e muito, mas muito cansaço.

Na segunda noite não houve muita mudança a bordo. O astral era ótimo apesar de o estado de Paulo ter piorado muito e agora ele mal se levantava. Um pouquinho sentado e pronto, vomitava de novo. Não tinha Dramim que segurasse. Foi aí que eu detectei meu primeiro erro. Não verifiquei os agasalhos dos convidados antes do embarque. Chegou lá não eram adequados e passaram muito frio.

Pense em uma situação assim: você está de moto, no vento a 20 quilômetros por hora, é noite, e de vez em quando chove e pára! É assim! Seu corpo vai esfriando devagar, você vai se encolhendo e a cada nova onda que lava o convés você esfria mais, e assim vai. E o que é pior: de 16 horas em diante até umas nove da manhã é isso. Só vai esquentar um pouco perto do meio dia.

O domingo foi passando o vento caiu um pouco, dos vinte, vinte e dois, para quinze, dezoito na rajada, e a vela de proa começou a parecer pequena. Mas se eu trocar e a noite apertar de novo, não terei tripulação pra destrocar. Não tenho enrolador de genoa, é no garruncho, o bote tá na proa, tem pouco espaço, muito mar, vamos continuar assim. Amanhã de dia eu decido se troco pela Genoa 1. Aí é de dia tudo bem, pensei.

Foi acertado. Nunca se sabe o que vai se enfrentar à noite, apesar do céu claro, e nenhum sinal de Pirajá por perto. Foi melhor assim, mas aumentamos um pouquinho o tempo de nossa viagem. Paciência, não se pode ter tudo. A segurança em primeiro lugar, sempre.

Segunda-feira chegou, e a previsão era de chegarmos umas dezessete horas ao Arquipélago. Tomara mesmo, eu adoro chegar de dia, desfrutar o visual, procurar os golfinhos, vai ser ótimo. Mudamos a genoa, o barco melhorou, e seguimos em frente. O Marquinhos atacou a cozinha e com a competência de sempre, tirou de lá um excelente arroz de carreteiro, com tudo que a gente tinha direito. Todo mundo comeu, inclusive o Paulo, depois de eu insistir bastante ele decidiu comer um pouco. Foi a salvação! O cara acordou, ficou alegre, mudou de fisionomia, começou a contar casos, e não demorou fizemos suma aposta pra ver quem veria a ilha primeiro.

Lembrei que em 2005, eu estava a 18 milhas do Arquipélago, e nada! Tinha uma névoa que não deixava a gente ver nada! E foi exatamente assim, só apareceu a 17 milhas, e foi outro evento. É incrível a mudança de astral a bordo com a expectativa da chegada. Até o Wendel melhorou!

Assim que avistamos entrei no rádio e conversamos com “Noronha Rádio”, passamos nossa posição, e tranqüilizamos o pessoal da Petrobras que já estava angustiado por notícias nossas e de nossos convidados. Aproveitei pra descobrir quem tinha vencido o clássico pernambucano Náutico x Sport, porque o Paulo(Náutico) e o Vladimir(Sport), já tinham imaginado toda a sorte de palpites e placares dos mais diversos. A notícia de que o Náutico venceu por 2x0, foi a pá de cal no mal estar do Paulo, que a esta altura até piada contava!

Depois de se passar um ou dois dias a bordo de um barco, tem-se a impressão de que é possível ficar ali pra sempre! Cruzamos a raia 17:51hs, fazendo o percurso em 51 horas e 51 minutos. Pra quem já tinha feito em 15 horas em 2001, no Adrenalina Pura, quando eu era um mero aprendiz de marinheiro, até que piorei bastante a média, né?!

Hoje o objetivo é outro. Estou na regata, mas nem de perto sou um competidor. O barco é pequeno, é de aço, e tem o objetivo claro de proporcionar esta experiência a pessoas que querem viver tudo isso pela primeira vez. Este objetivo foi cumprido. Satisfação total e muita história pra contar quando chegar em casa.

Agora é preparar a volta pra Salvador. Quinta feira que vem a gente começa a voltar. Mas aí...

...aí é outra história.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Salvador na rota das regatas internacionais

Está aberta a temporada de regatas internacionais que Salvador já começou a receber neste mês de outubro. A primeira delas foi a regata de volta ao mundo Clipper Race, que saiu de Liverpool, em setembro, fazendo uma parada na França e a mais recente na Baía de Todos os Santos. A bordo de barcos de 68 pés uma tripulação de inicinates é coordenada por apenas um velejador experiente, e em cerca de 10 meses eles percorrem o mundo fazendo escalas em 14 países dos cinco continentes. Muita água pela frente antes que eles retornem à Inglaterra e percorram nada menos que 65 mil quilômetros! A partida rumo à África do Sul aconteceu hoje (24) ao meio dia.

Mal os velejadores da Clipper se preparavam para zarpar das nossas águas quentes e calmas e olha mais um "barquinho" estrangeiro chegando! Dessa vez foi o Yves Le Blevec, que aportou na tarde do último dia 23 em Salvador. De onde ele veio? Da França; mais precisamente da cidade de La Rochelle onde ele e mais OITENTA E OITO "barquinhos" como o dele rumavam a Salvador! É... Quatro mil e duzentas milhas ou mais ou menos 7400 quilômetros a bordo e em solitário no meio do Atlântico! Tudo para aportar aqui!

Em novembro é a vez deles! Sim, da Fórmula 1 da vela mundial, a Transat Jacques Vabre, que também sairá de La Rochelle, trazendo monocascos, catamarãs e TRIMARÃS de 40, 50 e 60 pés para a Bahia. Adrenalina Pura! Literalmente! Em dezembro tem ainda o Rally Iles du Soleil, que sai das Ilhas Canárias, na Espanha, pára no Senegal, em Salvador, Fernando de Noronha, João Pessoa e Amazônia, fechando essa grande temporada internacional onde a Bahia, mais uma vez é "bóia" e destino da vela mundial!
Allez!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A Viagem - Parte 1!

A nossa viagem foi cercada de êxito desde a saída de Salvador, na Bahia Marina, menos de uma semana antes da largada da REFENO. Tá certo que a preparação do barco foi uma verdadeira loucura, já que por se tratar de uma embarcação nova, muitas surpresas nos aguardavam, principalmente no que diz respeito aos ajustes.

Quando o prazo já não suportava mais adiamentos, partimos com destino a Recife com quatro tripulantes a bordo: Além de mim, meu amigo Marquinhos, instrutor de mergulho, grande marinheiro, pau pra toda obra, dono de um humor inabalável. Só não tinha muita paciência com a incrível quantidade de sono de nosso outro tripulante, o Wendel, que para não enjoar, tomava Dramim de seis em seis horas, e quando não estava no seu turno de leme, dormia. Como ele (Marquinhos) não enjoa nem cheirando óleo diesel dentro do paiol fechado, quando tinha que acordar o Wendel pra ajudá-lo em alguma coisa era até engraçado!

E por falar em Wendel, o escolhi para fazer parte da tripulação, porque dá gosto ver como ele sempre se interessa pelas coisas da vela. Sempre foi muito interessado pelo programa, mesmo muito pequeno, quando me abordava pelas dependências do saudoso Centro Náutico da Bahia, fazendo as suas aulas no projeto Navegar. Ele é uma prova de que quando você dá uma chance para um garoto de baixa renda de aprender um esporte, oferecendo a ele elementos pra que se apaixone por isso, pode crescer e muito. O Wendel hoje é instrutor de vela e com certeza vai crescer muito no esporte.

Mas infelizmente o Wendel também é um exemplo de que nem sempre o velejador de monotipo, muito acostumado ao ritmo de regatas todos os finais de semana, montando e desmontando os barquinhos, pode ser um bom velejador em provas de Oceano. Lá fora o esporte é outro. O enjôo é a primeira barreira a ser transposta, depois o cansaço, e principalmente o ritmo dos turnos. Trabalhar no leme em turno de uma hora, com intervalos de descanso de três horas, 24 horas por dia realmente é uma rotina bem diferente das regatas de barla-sota com no máximo três horas de duração.
E o Wendel sofreu!

O outro tripulante, o Pedro, amigo de Marquinhos, velejador iniciante e lancheiro, demonstrou que prática não é pré-requisito para se fazer uma viagem como esta. O Pedro timoneou, cozinhou, trabalhou, velejou, dormiu e acordou sempre com o astral lá em cima! Foi realmente uma grande falta o Pedro não ter podido continuar conosco até Noronha, porque seu alto astral e sua disposição pra resolver qualquer problema, a qualquer hora do dia ou da noite, teria realmente feito muita diferença pra mim e pro Marquinhos, os dois sobrecarregados com os enjôos constantes de Wendel.
Mas o que fazer? A faculdade, o trabalho, a namorada... Quem sabe o ano que vem?
Chegamos em Recife muito bem e sem nenhum problema no barco. A velejada muito tranqüila com vento fraco; apenas a Genoa 1 que trabalhando muitas horas, roçando no guarda mancebo rasgou perto do punho. Tivemos que trocar, o que fizemos isso sem nenhum problema, colocando a Genoa 2, que foi até Recife.

No cardápio um pouco de tudo:macarronada, arroz de carreteiro com carne de sertão e calabresa e até uma suculenta feijoada, que no final acabou me fazendo mal. Normal. A chegada em Recife foi bem cedo, na quinta – feira (20), a dois dias da largada; e meu pensamento era um só: como eu conseguiria resolver as pendências e ainda cumprir a agenda de compromissos com a imprensa que tínhamos agendado?

Tinha que dar de qualquer maneira.

Assim que chegamos tratamos logo de ir pra terra e providenciar um banho caprichado, comer alguma coisa e voltar pro barco para as arrumações, colar os adesivos no costado, que ainda não tinham sido instalados, fazer a limpeza do barco, tirar o lixo, abastecer o barco com água e diesel, colocar as roupas de tempo pra secar, inscrição na regata, vistoria da Marinha, vistoria da Anvisa, reunião de comandantes, fazer mercado, consertar a genoa que rasgou, gravações de matérias com a organização, velejadores, entrevista na Rádio Clube de Recife e à noite a festa de abertura do evento. Como ia dar tempo? Só deixando acontecer!

No meio da arrumação do barco chegou o pessoal da Anvisa. O objetivo da visita era saber se os alimentos, medicamentos, protetores solares, etc, estavam dentro do prazo de validade. O motivo é justo, mas no meio da arrumação do barco? Mas, mal chegamos! Sabe aquela obrigação que você tem que fazer e que não adiantará nada adiar? Então, que seja agora, assim a gente já risca uma coisa da lista dependências.

Terminada a Anvisa fomos pra terra, e até que você termine o processo do banho, aumentado com fato do encontro com os outros velejadores, que sempre querem conversar e comentar sobre a viagem (como foi, se tinha vento, se pescou, quem falta chegar, qual a previsão do tempo, essas coisas...). Quando dei por mim já eram 11 horas. Fui até a Marinha, mas a lista estava completa para aquela manhã. À tarde, ok? Pensei comigo, mas à tarde tem a entrevista na rádio! Vai dar tempo? Seja o que Deus quiser.

Encontrei com a Flavinha, que tinha chegado na frente e além de toda a nossa agenda, me passou os dados do hotel que eu ficaria até o momento da largada. Tenho que confessar que mesmo amando o mar como amo, depois de passar quase quatro dias no mar, encontrar um chuveiro de hotel é reconfortante!

Refeito, voltei ao Cabanga, almoçamos e fomos pra Rádio iniciar o processo de divulgação sobre a nossa presença em Recife e nossa participação na prova. Foi massa. O locutor, Beto Café, é uma simpatia e o papo rolou fácil. Deu pra matar a saudade dos meus tempos (bons tempos!!) de microfone. Uma hora de entrevista na Rádio Clube AM, só sobre a nossa participação na prova e a vida no mar. Muito legal. É ótimo quando conseguimos ampliar os espaços para divulgar nosso esporte e tentar aproximar um número maior de adeptos.

Voltamos pro clube e mais uma vez a vistoria da Marinha foi adiada. Dessa vez pra sexta-feira. Tem muita coisa ficando pra sexta-feira, pensei, mas vamos ver no que dá.

Na noite da quinta-feira tem o tradicional jantar de abertura da Refeno. Encontro com as tripulações, muitas risadas, gravação com os times, o pessoal da Petrobras, mas nem jantei; terminei as gravações e saí de fininho. Hotel e cama. O dia seguinte seria longo.

Sexta-feira 21/09/2007

E começou cedo mesmo. Sete horas já tomávamos café e conversávamos eu e Flávia sobre qual seria o truque de mágica que usaríamos pra conseguir fazer tudo que tínhamos programado para aquele dia. Me mandei pro Cabanga pra encontrar com o Hilton da Petrobras, que junto com a Ana Guaranis e a Cristina, receberíamos o Paulo Nasi e o Wladimir Figueirêdo, nossos convidados e passageiros do nosso barco até Noronha. Saímos para um passeio com o barco pelo canal do porto do Recife, para batermos um papo e oferecer aos dois um petisco do que viria a ser a viagem que eles fariam pela primeira vez. Havia uma certa expectativa quanto a essa experiência, pois o pessoal da Petrobras não queria que nada desse errado, afinal eram convidados dela para o passeio e nada podia falhar.

Pena que o dia estava nublado, mas mesmo assim os botos da entrada do canal deram o show que precisávamos para tornar o passeio divertido. Marquinhos e Pedro foram fundamentais na ajuda nas operações com o barco e o astral como sempre.

10:30h - Encostávamos de novo no Cabanga pra encontrar uma Flávia aflita por acabar logo com a lista de providências. Tentamos novamente fazer a vistoria da Marinha, mas mais uma vez ficou pra depois do almoço. Comemos rapidamente e mais uma entrevista, desta vez num programa ao vivo na TV Band de Recife, o “Bem Viver” de Gardênia Cavalcanti. Mais uma vez nos sentimos em casa, tamanha a simpatia do pessoal em nos receber. Um programa ao vivo, somente sobre a nossa experiência com o mar. Genial! Lá também encontramos as telespectadoras que ganharam no programa da Gardênia o direito de velejar conosco no meio da tarde. É pois é, ainda tem este passeio!

Então, pra tentar operar um milagre, assim que terminou a entrevista, saí rápido pra chegar antes no Cabanga, tempo suficiente pra realizar a vistoria da Marinha, enquanto o pessoal da TV almoçaria e nos encontraria lá. Quer saber no que deu?

No próximo artigo, quando eu conto também o que foi a velejada até Fernando de Noronha.

Um Abraço!

Denis Peres

Embarcando para mais um paraíso!

Há quem me diga que depois de viajar pra Fernando de Noronha eu não precisava ir pra canto nenhum do mundo. Pelo menos este ano. Balela! No último feriado (12/10) embarcamos para Boipeba. Depois da indecisão de fazer a viagem e depois, de como a faríamos - se de catamarã até Morro ou de ferry até Bom Despacho, finalmente batemos o martelo: acordaríamos cedinho para pegar o primeiro ferryboat em Salvador (5 da manhã) e ao desembarcar em Bom Despacho, já na Ilha de Itaparica, pegaríamos um ônibus até Valença. Objetivo? Chegar em Boipeba.

A vantagem de se fazer uma viagem por terra e mar é poder fazer vários tipos de turismo ao mesmo tempo. A começar por acordar cedo. Sair da cidade "de fininho", com todo mundo dormindo. Depois a gente conhece ou reconhece as estradas, os atalhos, as pessoas, e tudo que cerca os lugares por onde estamos - só de passagem. No ferry, por eficiência ou sorte, não pegamos fila nem tumulto e o mesmo saiu na hora prevista. (Tanto na ida como na volta). Na estrada, idem. Nascer do sol, cheiro de mato, corpo sem pressa... Em Valença é que fiquei impressionada com a "paisagem" da cidade e as condições do cais de embarque e desembarque. Sujeira, desinformação, gente despreparada e embarcações ainda mais para conduzir passageiros até Morro de São Paulo, principalmente. Para Boipeba, só havia dois horários durante todo o dia: às 12h e 14h.

Para quem queria curtir o feriado apesar de qualquer coisa, nada disso serviu para nos desmotivar. Conversamos com alguns barqueiros e fizemos amizades com pessoas, que, sem sabermos, ficariam na mesma pousada que a gente: a Boipeba Eco Lodge. E pra lá fomos nós! Depois de duas horas de espera no cais e mais uma navegando em lancha rápida por dentro dos manguezais, desembarcamos no paraíso que estávamos esperando. Revimos e passeamos pela ilha, curtimos o passeio de barco pelas piscinas naturais em Moreré e com um verdadeiro banho de lua, rumamos à noite para provar as famosas ostras em Canavieras. A especialidade gratinada surpreendeu até quem não gostava...rssss. Para quem for conhecer os bares das ostras, cuidado apenas com o desnível das plataformas flutuantes nas barracas! Um de nossos mais recentes amigos, terminou caindo e ficando "entalado" entre um deck e outro!

Bom, não vou me alongar. Ponto para as ostras, para a ilha e sobretudo para todo o pessoal da Boipeba Eco Lodge, que nos trataram como reis (rainhas!) durante a nossa estadia. Simpatia, excelente serviço, excelente estrutura e conforto e o melhor de tudo: a busca constante em se aprimorarem. Uma pena que para o Reveillon já esteja lotada! Mas quem quiser uma boa dica no verão, aí está uma! Aliás, duas: viaje. Viaje sempre que puder. De preferência onde navegar seja mais do que preciso. Sempre valerá a pena!
Dêem uma olhada nas fotos aí embaixo e digam se não...

Flávia Figueirêdo

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Oi, Pessoal!

A gente está rompendo a barreira dos seis anos!

Pra mim é um momento especial por vários motivos: primeiramente o fato de resistir num país de tantas instabilidades, tantos impostos e tantos presidentes do senado que não largam o osso, completar seis anos de vida fazendo produção independente, num assunto novo como a Náutica, e na Bahia, eu acho que é realmente um feito.

Depois, a maior dificuldade que a gente acaba enfrentando é o pessimismo de gente que curiosamente, deveria estar apostando alto no crescimento deste mercado, que são os próprios empresários do setor. Tem certos caras, que quando a gente os visita oferecendo nossos espaços publicitários e as vantagens de se comunicarem com o nosso público, ocupam boa parte da reunião falando tanta bobagem, chorando tanta miséria, que dá vontade de deixar dez reais em cima da mesa pra contribuir com o pobre! Eu lá tenho cara de padre pra ficar ouvindo lamentação!!!!!

É uma choradeira onde todo mundo já sabe quais são os motivos, e que na minha opinião deveriam ser, ao contrário, pessoas positivas, fazendo o possível para o crescimento do mercado, apostando e fazendo as coisas melhorarem. Chorar e reclamar qualquer um pode fazer.

Agora trabalhar é para poucos. Veja o caso de Reinaldo Loureiro, por exemplo: contra tudo e contra todos construiu uma das maiores e mais bonitas marinas do Brasil, com a ajuda apenas da empresária mais competente da Bahia que é sua filha Leilane Loureiro, crescendo cada vez mais e se tornando o único fato relevante na Bahia depois da construção da Avenida Paralela. Mudou o vetor da cidade, possibilitando a construção do empreendimento “Porto Trapiche”, o sonho da revitalização do bairro do Comércio, a valorização do bairro da Gamboa, o nascimento do principal pólo gastronômico da cidade, a chegada de hotéis de charme, etc, etc.

Se não fosse a Bahia Marina o que seria daquela região? Bom, eu não quero ficar reclamando aqui também, principalmente num momento de festa como este. Vamos festejar!

Festejar principalmente o fato de que o nosso site, o
www.bahianautica.com.br, está com cada vez mais audiência, temos recebido cada vez mais e-mails, nossa comunidade no Orkut tem cada vez mais participantes, e agora o recém criado BLOG, idealizado e administrado pela nossa competentíssima Flávia Figueirêdo, muitas vezes minha chefe, é mais uma maneira de você colocar sua voz ativa, botar pra quebrar quando não gostar de alguma coisa, e elogiar também quando for o caso. Não tenho dúvidas de que será sucesso garantido também. É, eu sou otimista! Se não fosse não estaria aqui comemorando seis anos de vida!

Mas eu não estou falando pra você criticar ou falar sobre o programa não, viu! Este é um espaço pra você se manifestar sobre o mercado náutico de maneira geral. Vamos ficar de olho aqui nas ações das marinas, que vêm crescendo também a duros passos por teimosia e empreendedorismo de seus empresários, verdadeiros heróis, e também dos clubes.

Vamos ficar de olho também no Governo do Estado, que vêm demonstrando muita miopia com relação ao setor náutico. A última da Secretaria de Turismo, por exemplo, foi o de criar um encontro de empresários em um evento pra se discutir o potencial da Baía de Todos os Santos, e muito curiosamente este evento aconteceu na escondida e bem protegida Base Naval de Aratu, com convidados escolhidos a dedo, e empresários com muitos anos de atuação no setor de fora, que quando quiseram se inscrever no simpósio ouviram dos organizadores um estranho: “Desculpe, mas todas as vagas já foram preenchidas!” E o Centro Náutico da Bahia, que foi totalmente desmontado? Aquele casarão só vai servir pra alugar pra festas “raves”, que terminam de manhã? Puxa que legal. Vamos fazer festas “raves” também na Fonte Nova, cabe muito mais gente!

Para mim nasce aí um jogo de cartas marcadas, muito diferente do que deveria ser um espaço democrático, aberto, amplo, irrestrito. Nós dos programas Bahia Náutica, e Náutica Brasil, por exemplo, não fomos sequer convidados, e nenhuma linha saiu na imprensa. Provavelmente porque não devemos saber o que está sendo tratado ali, não é mesmo?

É pra isso que este BLOG nasceu. Pra discutirmos tudo com mais clareza. Vamos participar. Sempre que você quiser entre aqui e mande bala. Critique, aponte, demonstre, faça deste novo espaço uma verdadeira tribuna. Tem foto pra mostrar? Manda!

Este espaço é seu.
Um grande abraço!

Denis Peres

Cruzei o Atlântico!

Destaques
Da Espanha ao Brasil velejando. Vou te contar como foi. Se liga no Blog, que a partir de hoje volta a ser atualizado
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TV Denis Peres.