Estamos de volta!

Após semanas a bordo estamos de volta! Devido ao tempo curto e a dificuldade de conexão, não pudemos atualizar blog e site como gostaríamos. Mas vou tentar resumir e não deixar de comentar algumas coisas que acho válidas. A primeira é que cada vez que saio de Salvador tenho a impressão de que vivemos anos-luz ATRÁS de outras capitais. Estando em Recife pude andar um pouco pela Boa Viagem e outros bairros da capital pernambucana e não pude deixar de ficar impressionada como as pequenas coisas fazem uma enorme diferença: uma orla decente, aprazível, praticamente na altura do mar, avenidas bem sinalizadas e iluminadas, vida cultural intensa e apesar dos altos índices de violência, sempre havia um policial por perto em diversas localidades. Uma outra coisa que sempre me deixa feliz é ver como a cidade recebe e o público participa da Refeno.

No dia da largada da regata, no Marco Zero, é montada uma verdadeira estrutura para receber todos aqueles que querem não só ver os mais de 100 barcos passando bem rente, mas também saber mais sobre vela, dançar o frevo e o maracatu, ouvir música ou simplesmente passear com a família na praça. Paralelo à regata acontece o Projeto Recife das Águas, com uma série de eventos náuticos, além de shows, roda de boteco e outras atividades com o objetivo de agregar o público, a imprensa e os turistas. Durante o dia inteiro em que estive por lá, ocorrências de violência zero! Destaque também para o povo pernambucano e o seu característico "visse", sempre prontos a ajudar, mesmo que não saibam uma informação com precisão. Sei que coisas como estas parecem banais, mas não são. E enquanto Denis e a tripulação seguiam 300 milhas até Fernando de Noronha, eu parti de avião, junto com a coordenação e a imprensa rumo ao arquipélago - que é um presente também! Afinal ver aquilo tudo lá de cima é uma sensação inesquecível!

Que Fernando de Noronha é o sonho de consumo de muita gente todo mundo imagina, mas o custo desse sonho é algo à parte. O arquipélago sobrevive com uma "moeda paralela" batizada informalmente de 1 Noronha. Isso porque quase tudo por lá é tarifado a partir de R$3,00. Uma água mineral? R$3,00. Uma cerveja? De R$3,00 a R$4,00 e por aí vai... Gravamos, inclusive, com um dos abastecedores da ilha, que conta histórias curiosas de como chegam e valem as mercadorias. Mesmo "ralando" muito enquanto a turma se divertia e relaxava, ia experimentando, descobrindo e redescobrindo outras delícias, como andar às 3 da manhã a pé sem nenhum susto nem medo, dirigir e ir "pendurada" num bugre, sentindo o vento bater no rosto na menor BR do Brasil (8Km) e em qualquer lugar que estivesse, sempre desembarcar com uma vista estonteante, inclusive no Mirante do Boldró, onde uma fita vermelha no morro brindava os barcos que cruzavam a linha de chegada. E apesar de ouvir que nosso trabalho é uma mamata, trabalhamos muito! Produzir, gravar, filmar, fotografar, apresentar, administrar e ainda comandar um barco "pra cima e pra baixo" com tantas responsabilidades, não é pra qualquer um. Mas apesar de tudo, conseguimos!

Nos próximos programas vocês verão bem de perto os golfinhos rotadores dando um show nas águas de Noronha, vai saber por onde anda o primeiro barco a fazer a Refeno, mergulhará a 25 metros em Recife e a quase 10 no Planasub (a prancha voadora!) do nosso amigo Leonardo Veras e o seu Museu dos Tubarões, vai conhecer os points da ilha, a premiação da regata, saber mais sobre a medalhista olímpica Isabel Swan e muito, muito mais. As histórias são muitas e o tempo... Até as próximas postagens, agora do nosso comandante Denis, e os próximos programas. Fui, visse?!

Flávia