terça-feira, 16 de setembro de 2008

Especial Refeno - Saiba como foi a expedição que inspirou a maior regata oceânica do país

A Regata Recife - Fernando de Noronha (Refeno) é hoje uma das competições oceânicas mais badaladas do país. Quem vê toda a organização da prova, nem imagina que, para que ela desse certo e conquistasse fama e tantos velejadores, teve que ser milimetricamente planejada, desde o início.


Muitos não sabem como tudo começou, como nasceu a idéia do cruzeiro saindo do Recife até o arquipélago. Foi no ano de 1984. O velejador Maurício Castro, apaixonado por barcos e com idéia fixa de conhecer Fernando de Noronha, pensou: - É possível embarcar nessa aventura. Outros já tinham tentado e fracassado, mas nem assim ele desistiu. Conversou com amigos, que achavam graça naquele sonho maluco. Até que um deles, Raimundo Nonato Veras topou o desafio. Ele acabara de comprar o veleiro Odysseus, um artége de 30 pés, que parecia perfeito para a viagem. Maurício e Nonato chamaram outro amigo: Torreão. Os três já eram aposentados, na época. E batizaram a equipe de Pé na Cova, por causa da idade dos velejadores. Foram meses de preparação, estudos de correntes e marés em encontros semanais, até chegar o grande dia. Raimundo, como era o dono do barco, disse logo: - meu filho Leonardo Veras também vai! Ninguém contestou. Mas quem iria limpar o banheiro e cuidar do barco? Pra fugir do serviço pesado, convocaram o marinheiro Abdias. A tripulação estava formada.

No fim de setembro, a equipe Pé na Cova deixou o Recife. Mas tudo foi tão bem planejado, que eles praticamente não tiveram problemas no percurso. E até hoje a partida da regata se mantém no mesmo período: a última semana de setembro. Antes deram uma parada em Natal e depois seguiram até Noronha. O único susto durante o percurso, foi um navio que foi se aproximando do Odysseus e depois apagou todas as luzes e foi embora. A tripulação desconfia que era algum navio de contrabando, que talvez tenha pensado que o veleiro se aproximava para entregar alguma mercadoria. Graças a Deus foram embora quando descobriram o engano. Depois de 60 horas de muita conversa a bordo e expectativa, o veleiro Odysseus chegou ao arquipélago. Como já era quase noite, os cinco desbravadores brindaram com champanhe e aguardaram até o dia seguinte, para descer do barco, na baía de Santo Antônio, que na época ainda nem era porto. Foi na praia mesmo! A chegada foi logo comunicada por telégrafo, aos incrédulos, que devem ter babado de inveja, no Recife. Ficaram uma semana pescando, fazendo amizades e nadando com os golfinhos, pois na época não havia proibição. Quando eles foram embora, toda a família de Dona Pituca, que hospedou a tripulação, foi acenar com lenços, na praia.

Um ano mais tarde, Maurício Castro organizou um cruzeiro com seis barcos para a ilha. E em 1986, 20 barcos participaram da primeira Regata Recife -Fernando de Noronha. Um mês antes da partida da XX Refeno, a equipe Pé na Cova se encontrou no Cabanga, para falar dessa aventura que virou evento - a regata mais charmosa do Brasil. E que se prepara para os próximos 20 anos.

Fonte: Refeno

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