No Lago Paranoá, um dos principais cartões-postais da cidade, o problema é mais visível. No Lago Sul, onde barcos de todos os tamanhos costumavam passear, há mais de um ano a navegação tornou-se impraticável. Bancos de areia diminuíram a profundidade do local de 2,3 metros para menos de meio metro e algas tomaram conta da área. “O lago virou um brejo”, afirmam frequentadores do local. Há alguns meses, diversos moradores espalham faixas e cartazes de alerta ao problema. “Senhor governador, o Lago Paranoá está morrendo!”, diz uma das inscrições no viaduto da Ponte das Garças. Afetado diretamente pela degradação do lago, o advogado Adriano Freire, de 28 anos, há mais de um ano mantém estacionada a lancha modelo Logic 27-S. Morador de uma mansão cujo jardim se estende até as margens do espelho d’água, ele teve o píer privativo invadido por algas e muito entulho. “Não dá mais para sair com a embarcação por aqui”, diz.
Revolver o fundo do Lago Paranoá comprometeria ainda mais a qualidade da água, com a liberação de inúmeras substâncias (como fósforo, abundante no Paranoá, ente outras ainda desconhecidas). Peixes e outros animais correriam risco de morte, além de se afetar uma pretensão do governo de utilizar o lago como fonte de captação para o abastecimento da cidade.
Por ora, o governo trabalha nas linhas de recuperação e prevenção. Um programa permanente de educação ambiental junto à população também é considerado imprescindível, já que a quantidade de lixo (garrafas, plástico e tantos outros materiais) despejado no lago não para de aumentar. A ocupação irregular das margens do lago é outro problema que também aguarda uma solução. A informação é do Correio Braziliense.