Depois de velejar num Open 60, ver totalmente pronto elindo o catamarã de 43 pés da B3 ( o Igarité) e filmar a largada da B to B na última quinta-feira, achei que tinha fechado a semana com chave de ouro. Achei. Com uma enorme gentileza, o amigo e velejador Nelio Taboada nos convidou para uma velejada no último sábado (1º) a bordo de nada mais, nada menos do que o Odara; uma verdadeira lenda do mar da Bahia, com quase 50 pés e mais de 150 fitas-azuis.
O que Nelito não tinha falado era que o passeio tinha mais um "plus". Ele havia convidado também outros amigos nevagadores de lancha, mas mais conhecidos no meio como os lancheiros, que até então nunca tinham sequer velejado, imaginem num "puro sangue" como eles próprios definiram. E lá fomos nós: sábado, sol, vento e a expectativa de uma velejada maravilhosa na Baía de Todos os Santos, que no mesmo dia recebia também diversas classes, incluindo os saveiros, em mais uma edição da Regata Marcílio Dias, promovida pela Capitania dos Portos.
De cara o Odara mostrou o porquê da fama. Rapidamente fomos orçando e alcançando uma velocidade surpreendente de cerca de 15 nós, com todos se revezando no timão e ajudando nas manobras e ajustes das velas. Destaque especial para "Seu Zé", que há mais de 20 anos timoneia o barco e como ele mesmo definiu, conhece cada rebite do Odara. Destaque também para a disposição dos "meninos" lancheiros, a maioria com mais de 50 e com disposição de dar inveja. A certa altura, as comparações eram inevitáveis entre vela e motor, ao que no final, apesar do consenso de que cada um tinha a sua finalidade, pendeu-se para a eterna poesia do balanço das velas ao vento! Tanto que agora eles já pensam seriamente em adquirir um barquinho pra começarem a lidar. Até lá, o próximo passeio já tá marcado para a véspera do carnaval; dessa vez com direito a filmagem para registrar mais um velho e sempre novo feito do Odara: congregar. Acima de tudo gente apaixonada pelo mar.
Parabéns a toda a tripulação e principalmente a NelitoTaboada, que por unanimidade de quem estava a bordo já nos deu um incrível presente antecipado de natal! Confira as fotos.
Flávia
Um comentário:
Meus olhos convergiam o tempo todo pra água que corria tão veloz no casco verde do Odara, na verdade quem voava era o Odara...De repente uma lancha corta o nosso caminho, e eu penso: eita que lá vem marola...firmei um pouco mais os pés no chão e fiquei lá esperando o balanço que viria...que nada...murmurei bem baixinho: o barco nem "tchum" pras ondinhas...Ouço então a voz de Nelito: perceberam? é o projeto! o casco corta as ondas... num tom certeiro de orgulho, a gente vê o prazer do cara por ter um barco que completa quase 30 anos, e mantém uma performance que o coloca no patamar das lendas vivas da cidade!
Até timoneira fui! por longos e maravilhosos 30 minutos, fiscalizei as birutas, corrigi o rumo, orcei,... e fui muito feliz!
Pra mim um sonho realizado! Um presente de aniversário e natal! Uma riqueza que o dinheiro não compra!
Obrigada Flávia, obrigada Nelito!
Foi um dia inesquecível!!!!
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